Entendendo a psoríase: como isso afeta sua pele e autoestima
- paulaluzstocco
- 27 de fev. de 2024
- 6 min de leitura

Você já sentiu como se sua pele estivesse praticamente fora de controle? Comichões desconfortáveis, vermelhidão e manchas secas que não só causam desconforto físico, mas também afetam sua autoestima? Se sim, então você, como cerca de 125 milhões de pessoas em todo o mundo, pode estar convivendo com uma condição chamada psoríase.
Este é um distúrbio de pele crônico e autoimune que acelera o ciclo de vida das células da pele e provoca manchas grossas e escamosas. Mas, além dos efeitos físicos, não podemos esquecer o enorme impacto emocional que isso pode ter. Sem contar que pode acometer qualquer pessoa, prova disso foi o relato da artista americana, Beyoncé, que disse sofrer da condição, no caso dela, a psoríase capilar.
É aqui que pretendemos aprofundar o tema em nosso artigo de hoje. Nós não só iremos explorar o que a psoríase realmente é, mas também como ela pode afetar sua autoestima e o que você pode fazer para gerenciá-la. Se você diagnosticou essa condição ou simplesmente está curioso para entender, este post foi feito para você.
O que é Psoríase? Entendendo a psoríase: como isso afeta sua pele e autoestima
A psoríase é uma doença de pele crônica, não contagiosa e que tem causa ainda desconhecida. Ela é caracterizada por manchas avermelhadas com escamas secas esbranquiçadas ou prateadas. As áreas do corpo mais comumente afetadas são:
Cotovelos;
Joelhos e
Couro cabeludo, mas pode acontecer em qualquer área, incluindo as unhas.
"A psoríase não tem cura, mas o tratamento pode ajudar a controlar os sintomas. Ele pode envolver cremes tópicos, terapia de luz e medicamentos orais ou injetáveis. Comumente, a doença apresenta ciclos, surgindo por algumas semanas ou meses, depois desaparecendo e, por fim, voltando. A gravidade da psoríase varia de uma pessoa para outra, podendo ser apenas uma irritação leve para alguns, enquanto para outros pode ter um impacto significativo na qualidade de vida", explica a dermatologista Paula Luz.
Vale destacar que a psoríase também está associada a uma série de outras condições de saúde, incluindo diabetes tipo 2, doenças cardiovasculares e doenças psicológicas como depressão.
Desvendando a Psoríase – Compreendendo suas Causas e Sintomas
A psoríase é uma doença crônica de pele que tem causas genéticas e também é influenciada por fatores ambientais. Estresse, uso de certos medicamentos, infecções, obesidade e tabagismo são alguns dos gatilhos que podem desencadear a psoríase em pessoas predispostas geneticamente.
Os sintomas da psoríase variam dependendo do tipo e da gravidade da doença. No entanto, os sintomas mais comuns incluem placas de pele vermelha cobertas por escamas prateadas, prurido ou dor na pele, unhas grossas ou com depressões, articulações inchadas e rígidas, e áreas de pele seca e rachada. É comum que os sintomas melhorem ou piorem ao longo do tempo.
A Psoríase e o Impacto Físico – Como isso afeta a saúde da sua pele
Um exemplo de como a psoríase afeta a pele é a aparência de placas vermelhas cobertas por escamas prateadas, frequentemente nas áreas dos cotovelos, joelhos, couro cabeludo, lombar e pernas. Essas áreas podem ficar doloridas e coçar.
Outra forma de psoríase é a psoríase pustulosa, que causa bolhas cheias de pus, envolvidas por pele vermelha e inflamada. Isto pode ocorrer em partes isoladas do corpo ou em grandes áreas.
A psoríase gutata é outra forma que ocorre principalmente em crianças e jovens adultos após uma infecção, como a faringite estreptocócica. Ela se manifesta em pequenas manchas em forma de gota, geralmente na parte superior do corpo, incluindo braços, pernas e tronco.
Além disso, a psoríase pode manifestar-se sob a forma de eritrodérmica, que causa vermelhidão e descamação generalizada da pele, e a psoríase invertida, que se manifesta em áreas de dobras do corpo, como axilas, virilha e sob os seios.
"É importante assinalar que a psoríase pode ter um impacto significativo na qualidade de vida, pois pode causar desconforto físico e angústia psicológica. Por isso, é essencial procurar tratamento adequado para controlar", complementa Paula Luz
Além da Pele – Os desafios emocionais de viver com Psoríase
A psoríase pode levar a vários desafios emocionais. Estes incluem:
Baixa autoestima: as erupções cutâneas visíveis podem deixar os indivíduos autoconscientes sobre sua aparência, levando a sentimentos de insegurança e baixa autoestima.
Depressão e ansiedade: o estresse de lidar com uma doença crônica e a preocupação com a aparência podem levar à depressão e ansiedade.
Isolamento social: devido à preocupação com a aparência e o estigma associado à psoríase, muitas pessoas com essa condição podem se isolar socialmente.
Estresse: gerenciar a psoríase pode ser estressante, já que o tratamento geralmente requer uma gestão cuidadosa e constante.
Dificuldade no relacionamento: as incompreensões, a falta de informação e o estigma associado à psoríase podem causar tensão nos relacionamentos tanto familiares quanto amorosos.
Problemas de sono: o desconforto físico causado pela psoríase pode levar a problemas de sono, o que por sua vez pode afetar o humor e a capacidade de lidar com o estresse.
Luta com a aceitação da doença: aceitar que se tem uma doença crônica pode ser um desafio, potencialmente levando a sentimentos de negação ou raiva.
Psoríase e Autoestima – O reflexo da doença na percepção de si mesmo
A autoestima consiste na avaliação que cada pessoa tem de si mesma, sua valorização e confiança em suas próprias habilidades. A presença de uma doença visível como a psoríase pode desencadear sentimentos de vergonha, embaraço, medo de rejeição e inadequação social. Estes sentimentos podem se refletir na autoestima, causando impactos significativos nas interações sociais, atividades diárias e até mesmo no desempenho no trabalho ou na escola.
Diversos estudos mostraram que pessoas com psoríase geralmente apresentam qualidade de vida reduzida, comparada a pessoas sem a doença. Isto é frequentemente associado com a percepção de estigma social e discriminação, que pode decrescer a autoestima e o amor próprio. A constante preocupação com a aparência e a percepção de si pode levar a um ciclo de estresse, ansiedade e depressão.
"Além dos tratamentos médicos para os sintomas da psoríase, é importante que as pessoas com a doença procurem apoio psicológico. Profissionais de saúde mental podem ajudar a desenvolver estratégias eficazes, melhorar a autoestima e reduzir o estresse e a ansiedade associados à doença. Aconselhamento, psicoterapia e grupos de apoio podem ser muito úteis", explica a dermatologista.
É crucial também a disseminação de informação correta sobre a doença, a fim de combater o estigma e a discriminação. Educar a sociedade sobre a psoríase, suas causas, sintomas e fatores de risco pode contribuir para uma maior compreensão e aceitação, melhorando a qualidade de vida daqueles com a doença.
Em suma, a psoríase pode ter sérias implicações para a autoestima de uma pessoa. Portanto, além do tratamento clínico, a inclusão do apoio psicológico é essencial para ajudar a enfrentar os desafios emocionais que a doença apresenta. A aceitação, compreensão e autoamor são passos cruciais para lidar com a psoríase e seus efeitos na autoestima.
Ferramentas de Enfrentamento – Estratégias e dicas para conviver com a Psoríase
1. Procurar tratamento médico: a psoríase é uma doença crônica de pele que requer acompanhamento médico. Não existe uma cura definitiva, mas o tratamento pode controlar os sintomas e prevenir surtos.
2. Manter a pele hidratada: cremes hidratantes e óleos específicos, sempre prescritos por médicos especializados, podem ajudar a manter a pele macia e evitar rachaduras, além de reduzir a coceira e a vermelhidão.
3. Fugir de gatilhos: o estresse, o consumo de álcool, o fumo e certos medicamentos podem desencadear surtos de psoríase. É essencial identificar os seus próprios gatilhos e se esforçar para evitá-los.
4. Alimentação saudável: uma dieta equilibrada ajuda a manter o sistema imunológico forte e pode minimizar os sintomas da psoríase. Inclua frutas, verduras, grãos integrais e peixe em sua dieta, e evite alimentos processados e ricos em gorduras saturadas.
5. Prática de atividades físicas: a atividade física regular pode ajudar a reduzir o estresse e a manter o peso corporal saudável, ambos importantes para o controle da psoríase.
6. Proteção solar: a exposição excessiva ao sol pode piorar a psoríase, então é importante usar protetor solar sempre que estiver ao ar livre. Mas vale lembrar que o sol não é só um vilão, a exposição correta e equilibrada, por um lado, pode ser uma grande aliada. Em alguns casos há indicação de cabines de UVB.
7. Hidratação: beber água suficiente é vital para manter a pele hidratada de dentro para fora.
8. Apoio emocional: viver com psoríase pode ser emocionalmente desafiador. Grupos de apoio e aconselhamento podem ajudar a lidar com os aspectos psicológicos da doença.
9. Cuidado com a pele: evite esfoliante duro ou áspero, pois ele pode irritar a pele e causar surtos. Em vez disso, utilize limpeza suave e hidratante.
Histórias Inspiradoras – Vencendo a Psoríase e Reconquistando a Autoestima
Em conclusão, a psoríase é uma condição de pele que pode ser desafiadora, mas que pode ser gerenciada eficazmente com o apoio adequado. Ela não só altera nossa pele, mas como vimos, também pode impactar a autoestima, como é o caso da cantora Beyoncé.
Beyoncé transformou uma provação potencialmente devastadora em uma história de superação. Sua história é uma inspiração para muitos, especialmente para aqueles que estão lidando com problemas de saúde. E ela usou essa experiência para educar, inspirar e empoderar outras pessoas, usando sua "voz" para aumentar a conscientização sobre a importância da autogestão da saúde.
Mas lembre-se, você não está sozinho nessa. A qualquer sinal desta condição, procure um especialista - existem diversos tratamentos e maneiras de lidar com a doença. E entenda que ter psoríase não define quem você é ou o que você é capaz de alcançar.
Que tal compartilhar este artigo com alguém que possa se beneficiar desta informação? Juntos, podemos ajudar a diminuir o estigma em torno desta condição e apoiar quem lida com ela.




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